Receita Federal muda o jogo: fintechs tratadas como bancos (entenda!)

Na edição #99 da Guru Talks que foi ao ar no dia 11/09/2025, nosso CEO André Cruz explica que o objetivo era discutir mercado, tecnologia, gestão e marketing digital, mas também alertar para os riscos do setor de pagamentos.

O caso do PCC e as fintechs

[01:01] Poucos dias antes, havia estourado a notícia de que o PCC estava envolvido com o mercado financeiro, investindo em fintechs, portos e até grandes negócios.

O apresentador reforçava que já havia alertado o público sobre riscos semelhantes em edições anteriores da Guru Talk, quando comentou sobre gates de pagamento mal geridos que poderiam gerar prejuízos bilionários.

Críticas ao sistema e à Receita Federal

[02:30] Ele explicava que, no Brasil, a Receita Federal costumava focar apenas em “gente de bem” que cometeu pequenos erros no imposto de renda, enquanto grandes esquemas de corrupção, lobby e fraude permaneciam intocados.

Essa visão crítica apontava que o problema estava na falta de fiscalização real sobre os grandes players do mercado.

Compliance e falhas do mercado de pagamentos

[04:10] André comentava os entraves de compliance exagerado em algumas instituições — formulários intermináveis que chegavam ao ponto de perguntar detalhes irrelevantes — contrastando com a total falta de rigor de outras empresas que atuavam no setor de pagamentos sem qualquer registro no Banco Central.

Ele destacava que, ao pedir apenas dois documentos básicos (registro no Bacen e certificação PCI), muitas empresas simplesmente desapareciam, sem sequer responder.

O problema das fintechs não regulamentadas

[05:25] A Receita Federal passara a exigir controle mais rígido sobre fintechs, especialmente aquelas que praticavam a chamada “conta gráfica”, sem a menor segurança.

Segundo ele, fintechs sérias já seguiam essas práticas, mas as não regulamentadas seriam diretamente impactadas.

Riscos do mercado e incentivos errados

[08:40] Casos de rifas digitais, influenciadores ligados a plataformas duvidosas e esquemas de lavagem de dinheiro eram citados.

O maior problema, explicava, estava nos incentivos distorcidos: em vez de priorizar a qualidade da transação, as empresas só pensavam em volume transacionado, o que favorecia fraudes.

Lavagem de dinheiro e taxas irreais

[10:01] O apresentador relatava uma investigação em que descobriu que um grande processador de pagamento oferecia taxas irreais de mercado.

Isso levantava a pergunta: quem estava bancando a diferença? A conclusão era clara: havia conivência, com bancos e executivos envolvidos em esquemas duvidosos.

Pix, fraudes e os elos mais fracos

[13:09] Ele lembrava que o Pix já havia sido invadido duas vezes, com fraudes bilionárias.

Os criminosos exploravam sempre o elo mais fraco: empresas menores que faziam integração com o Banco Central sem a devida segurança.

Responsabilidade dos empresários emocionante

[14:34] O alerta era direto: empresários não poderiam se eximir de responsabilidade alegando que “não sabiam”.

Quem escolhesse processadores de pagamento sem verificar histórico, CNPJ, registros e certificações estaria colocando o próprio negócio em risco.

As pequenas entrantes e o risco de colapso

[15:46] O risco maior estava nas pequenas empresas entrantes, que poderiam faturar milhões em poucos meses e simplesmente sumir do mercado, deixando clientes sem dinheiro.

Esse cenário reforçava a importância da diligência empresarial na hora de escolher parceiros financeiros.

Impactos da regulamentação da Receita Federal

[17:20] As novas exigências aumentariam o custo operacional das fintechs, obrigando-as a contratar mais equipes, investir em compliance e seguir as mesmas regras de bancos.

Com isso, as taxas ficariam menos competitivas, levando muitas empresas a perder clientes ou até mesmo fechar.

Possível quebradeira no setor

[18:53] Ele projetava que o pior ainda não havia acontecido.
A combinação de juros altos, crédito caro e maior regulamentação poderia gerar uma onda de quebradeiras no setor financeiro.

Comparações históricas e lições do passado

[20:28] O apresentador lembrava do confisco da poupança no Plano Collor e como muitos negócios nunca se recuperaram.

Essa referência histórica reforçava que o dinheiro de uma empresa era como oxigênio: sem ele, a falência era certa.

O alerta final

[29:08] Nos minutos finais, André reforça:

  • O mercado brasileiro estava viciado pela falta de ética.
  • A regulamentação não resolveria totalmente, mas era necessária porque as próprias empresas não foram responsáveis.
  • O pior ainda estava por vir, e muitos empresários ainda chorariam perdas financeiras.
Não perca as próximas Guru Talks

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