Tráfego Pago nos negócios de infoprodução com Rodrigo Frieza

Conhecendo Rodrigo Frieza: Uma Jornada de Energia e Empreendedorismo

[3:24] Rodrigo Frieza iniciou a conversa partilhando a sua energia e desejo de fazer muitas coisas desde cedo. Ele descreveu-se como um entusiasta do desporto desde a infância, trocando desenhos animados por canais desportivos e praticando diversas modalidades. Natural do Algarve, em Portugal, ele vive num local que muitos escolhem para férias. A sua trajetória profissional foi influenciada por um ambiente familiar empreendedor, com o pai tendo uma empresa com 40 anos de existência. Apesar de não ter sido um aluno exemplar na escola, Frieza fez o seu percurso, sempre gostando de socializar e viajar. A sua escolha inicial pela Engenharia Civil mostrou-se um desvio, pois rapidamente percebeu que precisava de fazer algo que o deixasse feliz diariamente. O seu caminho mudou para a Gestão do Desporto, onde a sua veia empreendedora se manifestou na criação de um núcleo de estudantes e na organização de eventos, levando-o a conhecer o seu primeiro e único patrão formal.

O Foco na Infoprodução: Diferencial e Crescimento

[10:26] Rodrigo Frieza relatou a sua experiência numa escola de formação na área de fitness em Portugal, onde rapidamente migrou para o Marketing Digital, gerindo plataformas de cursos online e redes sociais. A necessidade de um gestor de tráfego na empresa impulsionou a sua especialização, proporcionando-lhe uma “mega escola” de dois anos e meio em tráfego pago para infoprodução, aprendendo sobre a dinâmica de equipas comerciais, operacionais e o formato híbrido de ensino. O desejo de ter a sua própria empresa chegou mais cedo do que o esperado, impulsionado pelo apoio e mentoria de Roberto Cortez. Inicialmente, ele geriu anúncios para diversos setores, incluindo e-commerce, mas cerca de um ano depois, decidiu afunilar para infoprodutores, nicho no qual está focado há três anos e meio. Ele explicou que escolheu este nicho devido ao seu conhecimento prévio e à capacidade de oferecer um diferencial estratégico que vai além da operação técnica dos anúncios.

Brasil vs. Portugal: Diferenças Culturais e de Mercado

[12:50] André Cruz e  Rodrigo Frieza aprofundaram-se nas diferenças culturais e de mercado entre Brasil e Portugal no cenário digital. Frieza concordou que, apesar da pandemia ter acelerado a maturidade digital em Portugal, o país ainda está cerca de 5 a 6 anos atrás do Brasil em termos de desenvolvimento digital. Ele salientou que em Portugal há pouquíssimos infoprodutores a aplicar a Fórmula de Lançamento de forma rigorosa, sendo mais comum o modelo de lançamentos ao vivo. As diferenças populacionais e culturais influenciam diretamente as estratégias; por exemplo, um público semelhante no Brasil pode ter milhões de pessoas, enquanto em Portugal esse número é significativamente menor. A cultura de compra em Portugal, por exemplo, é mais baseada na proximidade e confiança com o especialista, em contraste com o impulso de compra muitas vezes visto no Brasil.

Estratégias de Tráfego Pago em Portugal: O Que Funciona

[22:21] Rodrigo Frieza partilhou as estratégias de tráfego pago mais eficazes para infoprodução em Portugal. Ele aconselha a começar onde está a maioria dos utilizadores, que geralmente é no Facebook e Instagram, escalando ao máximo nessas plataformas antes de diversificar para outras, como YouTube ou TikTok. A estratégia é fazer o básico bem feito inicialmente. Em termos de formato de conteúdo, Frieza notou uma mudança este ano: vídeos em geral, especialmente no formato Reels, têm tido bons resultados, mas o público está a afastar-se de produções muito profissionais, preferindo conteúdos mais orgânicos. Anúncios feitos com designs simples nos Stories ou caixas de perguntas têm convertido muito bem. A validação do script e da narrativa em si, mesmo sem grande produção, é um foco atual da sua agência, pois a narrativa e a copy são os verdadeiros impulsionadores da conversão.

Lidando com o Ego e a Comparação no Mercado Digital

[28:35] André questionou Rodrigo sobre o desafio de lidar com o ego de especialistas em Portugal, que, devido a uma cultura que valoriza títulos e formalidade, podem resistir a produzir conteúdo mais “amador” ou orgânico. Rodrigo admitiu que o seu papel muitas vezes se assemelha ao de um psicólogo, adaptando a abordagem para cada cliente e mostrando a importância de um teste sem desvirtuar a linha de comunicação do expert. Ele reconheceu que há uma forte tendência à comparação e à “síndrome do impostor” em Portugal, onde muitos empreendedores sentem que precisam de igualar ou superar concorrentes que estão há mais tempo no mercado. A estratégia de Frieza é focar nas pequenas vitórias do cliente para construir confiança, lembrando que muitas vezes se vê apenas o “palco” e não os “bastidores” do sucesso alheio.

A Importância do Desenvolvimento Pessoal para Empreendedores

[35:42] André e Rodrigo concordaram que houve um aumento na consciência sobre o desenvolvimento pessoal entre os empreendedores nos últimos anos, especialmente após a pandemia. Eles observaram que, tradicionalmente, o empresário focava apenas na parte técnica e profissional. No entanto, a pandemia fez com que muitos percebessem a importância de olhar para a vida pessoal, o bem-estar e o relacionamento humano. Siqueira ressaltou a “malemolência” brasileira no trato com as pessoas, que se tornou crucial para qualquer liderança. Ele partilhou a sua própria filosofia de vida, onde o sucesso financeiro deve estar alinhado com a qualidade de vida e tempo livre para aproveitar a família. Ambos celebraram a educação do mercado que estão a promover, acreditando que o crescimento individual e coletivo beneficia a todos.

Aprendendo com os Erros: Expectativa vs. Realidade

[39:06] Rodrigo Frieza partilhou um caso de insucesso recente com um cliente na área de clínicas, onde a sua expectativa sobre o negócio do cliente era maior do que a realidade. Ele reconheceu que falhou em perceber que o cliente não tinha um processo comercial robusto o suficiente para converter os leads que ele gerava. Por mais que Frieza se esforçasse tecnicamente no tráfego pago, sem um processo comercial eficaz do lado do cliente, os resultados não apareceriam. Ele admitiu ter “errado na interpretação” do cliente e que, apesar de não ter sido uma “cagada” técnica, a parceria não gerou os resultados esperados, levando a importantes aprendizados sobre a importância do alinhamento de expectativas e da análise completa do funil de vendas do cliente.

Além do Gestor de Tráfego: O Papel Estratégico

[41:27] André retomou o ponto inicial de Rodrigo sobre o papel do gestor de tráfego, enfatizando que ele vai muito além de apenas gerir anúncios. A experiência partilhada por Frieza ilustrou que o gestor de tráfego precisa de entender o negócio do cliente na sua totalidade, identificando gargalos e aconselhando sobre outras áreas, como o processo comercial. Rodrigo concordou, reforçando que a sua função é alavancar negócios que já estão bons, ajudando-os a ficarem ainda melhores. Se o cliente ainda não tem uma oferta validada ou um processo de vendas estruturado, a sua agência não consegue idealmente ajudar, pois a estratégia de tráfego pago não será eficaz sem uma base sólida.

Conselhos para Empreendedores e Gestores de Tráfego

[43:24] Rodrigo Frieza deixou uma mensagem poderosa para a audiência: “Nunca é tarde para começar e não devemos esperar que esteja perfeito para fazer as coisas“. Ele partilhou a sua própria experiência de ter arriscado empreender mais cedo do que o planeado, motivado pelo medo de se arrepender de não ter tentado. Para quem trabalha com anúncios online, ele aconselhou a ter as “mínimas condições viáveis” antes de investir pesadamente: uma boa presença digital, redes sociais bem trabalhadas, e um site ou perfil que comunique claramente a promessa de transformação do negócio. A clareza e a simplicidade são cruciais, pois o consumidor tem cada vez menos tempo e paciência.

A Evolução do Tráfego Pago: Um Investimento Essencial

[45:15] André Cruz expressou a sua gratidão a Rodrigo Frieza e outros pioneiros do marketing digital em Portugal, como Paulo Faustino, Luciano Larosa, Luís Diogo e Roberto Cortez. Ele realçou o esforço hercúleo que esses profissionais tiveram ao “desbastar uma floresta” para construir o mercado digital português, num contexto cultural e tecnológico diferente do Brasil. Siqueira recordou a sua própria experiência num evento de Paulo Faustino em 2018, onde o tema das redes sociais era uma novidade surpreendente para a maioria dos portugueses, demonstrando a vanguarda desses empreendedores.